Pesquisa inédita mapeia necessidades de comunidades periféricas em Petrópolis
CUFA e Data Favela ouviram moradores de 11 localidades do município; resultado será divulgado no dia 18 de julho. CUFA e o Instituto Data Favela passou por 11...

CUFA e Data Favela ouviram moradores de 11 localidades do município; resultado será divulgado no dia 18 de julho. CUFA e o Instituto Data Favela passou por 11 comunidades de Petrópolis Data Favela/Divulgação Uma mobilização nacional realizada pela Central Única das Favelas (CUFA) e o Instituto Data Favela passou por 11 comunidades de Petrópolis, entre os dias 3 e 6 de julho, com o objetivo de mapear as principais necessidades e perspectivas da população dessas localidades. Na cidade serrana, cerca de 27 voluntários participaram da coleta de dados em comunidades como Duarte da Silveira, Independência (Taquara), Neylor, Vicenzo Rivetti, Nogueira, Bairro da Glória, Estrada Mineira, Posse, Samambaia, Quissamã e Vila Rica. A expectativa é que os dados ajudem na elaboração de políticas públicas, ações sociais e projetos de desenvolvimento local. "A gente ainda não vê as comunidades petropolitanas como potência. A gente, ainda, não precebe que dentro das comunidades de Petrópolis tem muito empreendedor. Dentro das comunidades têm muitas pessoas que batalham e elas, sim, é que fazem a roda da economia petropolitana girar. Então, foi muito importante essa pesquisa, até para mostrar para os moradores dessas comunidades que eles são potentes, que eles podem empreender e que eles podem crescer. A gente não precisa só de estar ali centralizado, a gente pode descentralizar o que está parado", afirma Roberta Silva, voluntária da CUFA. Segundo o Censo Demográfico de 2022, Petrópolis tem 43.019 moradores vivendo em 42 comunidades urbanas, o que equivalente a 15,4% da população total do município. Esses espaços, como define o IBGE, são territórios criados a partir de estratégias autônomas da população para garantir moradia diante da ausência ou insuficiência do poder público. Durante a pesquisa, os voluntários buscaram entender como os moradores enxergam o próprio território, suas expectativas de melhoria e as condições de infraestrutura local. O resultado da pesquisa ainda não foi divulgado, mas os voluntários de Petrópolis identificaram que transporte, saúde, educação, saneamento básico são as principais demandas. "Muita gente se enxerga como carência, esquecendo do verdadeiro potencial que a favela tem", destacou Aisha da Silva, voluntária da CUFA. A pesquisa também abordou temas relacionados ao empreendedorismo. A ideia é ampliar a transformação social com base no território, identificando possibilidades de negócios e crescimento pessoal. "Eu acredito muito no potencial da comunidade, da favela. Se cada um acreditasse no seu potencial, independente de ser microempresa ou uma empresa grande, consegue abrir o seu próprio negócio. Eu comecei cedo a trabalhar, mas fui acreditar que daria certo depois dos 28 anos. Então assim, acreditando realmente que na comunidade eles iam abraçar o meu trabalho, e vendo a comunidade, a favela como potência, hoje eu vivo disso", pontuou Guilherme Neves, barbeiro na Comunidade do Neylor. A iniciativa faz parte de uma pesquisa inédita que percorreu territórios populares em todos os estados brasileiros. O resultado nacional da pesquisa será apresentado no dia 18 de julho. Na sequência, os estados devem divulgar os recortes locais.