Rio anuncia reforço de câmeras no Civitas e pórticos de 'cercamento digital' para monitorar quem entra e sai da cidade
Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Apoio a Segurança Pública (Civitas) contará com 20 mil câmeras até 2028. Prefeitura quer chegar a 20 ...

Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Apoio a Segurança Pública (Civitas) contará com 20 mil câmeras até 2028. Prefeitura quer chegar a 20 mil câmeras em central de monitoramento do Civitas A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou, na manhã desta quinta-feira (10), a expansão da Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Apoio a Segurança Pública (Civitas). As ações contam com a ampliação no número de câmeras usadas no monitoramento do município, acabando com alguns "pontos cegos". As medidas preveem também o "cercamento digital", que vai registrar quem entra e sai da cidade. O número de câmeras do Civitas deve quase quadruplicar. Atualmente, o sistema conta com 5,5 mil câmeras, e a previsão da Prefeitura do Rio é que chegue a 20 mil até 2028 — o cronograma prevê a instalação de 3,8 mil câmeras até o carnaval do ano que vem. "Todos os pontos cegos que existem hoje na cidade, em todas as vias de grande circulação, terão cobertura dessas câmeras", afirmou o prefeito. O prefeito Eduardo Paes e o chefe-executivo do Civitas, Davi Carreiro Reprodução/ Prefeitura do Rio de Janeiro A tecnologia de reconhecimento facial do sistema do Civitas também vai ser usada na busca por pessoas desaparecidas. A previsão é que os avanços tecnológicos no monitoramento das ruas custe cerca de R$ 180 milhões por ano ao poder municipal. O investimento foi realizado a partir de um aditivo de uma parceria público-privada com a Smart Luz. Cercamento digital Outra novidade anunciada para o Civitas é um “cercamento digital” que passa a monitorar todas as pessoas que entram e saem do município. Isso acontecerá a partir de portais com câmeras de segurança. “Todas as entradas e saídas da cidade do Rio de Janeiro terão pórticos de câmeras. Ninguém entra ou sai da cidade sem ser monitorado. A cidade passa a ter cercamento digital", destacou Paes. Modelo de pórtico que será instalado em vias de acesso ao Rio de Janeiro, de acordo com a prefeitura Reprodução/ Prefeitura do Rio Serão 56 pórticos no total. Uma das funções do equipamento é a identificação da entrada de carros e caminhões roubados na cidade. A previsão é que eles sejam instalados até o fim do ano, segundo o prefeito. Rastreamento de veículos O sistema de monitoramento foi inaugurado em junho do ano passado para ajudar as forças de segurança estaduais e os próprios órgãos municipais com informações sobre diversas ocorrências. O Civitas funciona em parceria com o Disque Denúncia dentro do Centro de Operações Rio (COR). A empresa conta com tecnologia própria no rastreamento de veículos, de acordo com o poder municipal. “Trabalhamos com modelos matemáticos que revelam padrões ocultos, mapas que antecipam ações, algoritmos que definem comportamentos”, afirmou Eduardo Paes. O prefeito mencionou as investigações das mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes, afirmando que o mapeamento do trajeto do carro envolvido no crime seria mais rápido com a ajuda da tecnologia disponível na central. Entre as funções previstas para as novas câmeras que apoiam os agentes que trabalham no Civitas e que serão instaladas no Rio de Janeiro estão a leitura de veículos, a detecção de carros, bicicletas e pessoas, o reconhecimento facial e a contagem de carros. Novas câmeras do Civitas contarão com leitura de veículos e detecção de carros, bicicletas e rostos. Reprodução/ Prefeitura do Rio Íris O Civitas contará com uma assistente virtual própria. Um dos objetivos de Íris, como é chamada, é reduzir o tempo no processamento e análise de dados que serão usados no apoio dos agentes de segurança. “Ela será a nossa nova agente virtual. Ela já utiliza muita tecnologia, ciência e cruzamento de dados para desenvolver as ferramentas, mas agora vamos contar com a assistente virtual para que a gente agilize e potencialize a revelação de padrões por meio do cruzamento de dados em tempo real”, disse Davi Carreiro, chefe-executivo do Civitas. Íris vai ajudar a formar um banco de reconhecimento facial e, a partir disso, fazer análises preventivas e gerar mapas onde é possível ver onde os crimes estão acontecendo pela cidade. Colaboração A demanda por informações pelos órgãos de segurança é feita por meio de ofícios nos quais os investigadores pedem de maneira formal os dados necessários. De acordo com o poder municipal, ao longo de um ano, o Civitas realizou mais de 2 mil colaborações, sendo que 85% dos pedidos feitos à central foram realizados por órgãos de inteligência e investigação. Entre o total de casos, 220 deles estavam ligados a homicídios. O sistema lê 6,1 milhões de placas de veículos por dia pelas câmeras de monitoramento.